Evento destaca a diferença de preços entre produtos com e sem tributos; Impostômetro registrou R$ 1,1 trilhão essa semana
Mais de 100 cidades em 19 estados brasileiros promovem nova edição do Feirão do Imposto, evento que tem o objetivo de alertar a população sobre a alta carga tributária que incide em diversos produtos e serviços no dia a dia dos brasileiros. O Feirão do Imposto pretende cobrar a aplicação efetiva e transparente dos tributos, a desoneração da educação e coletar assinatura para o documento Assina Brasil, do Movimento Brasil Eficiente, que visa a simplificação tributária, eficiência e transparência dos gastos públicos.Em Londrina, o Feirão é realizado pelo Conselho do Jovem Empresário de Londrina (Conjove) e Associação Comercial e Industrial (Acil), com o apoio do Sindicato das Empresas de Consultoria, Assessoria, Perícias e de Serviços Contáveis de Londrina (Sescap-Ldr), entre outras entidades.
Hoje, a partir das 10 horas, no Calçadão, haverá exposição de produtos com e sem o valor dos impostos – as diferenças são impressionantes. Para dar um bom exemplo sobre como a alta carga tributária mexe no bolso dos brasileiros na prática, a partir das 15 horas os motoristas poderão abastecer seus carros no Posto Cupimzão, em Cambé, com gasolina isenta de impostos, o que significa uma redução de 53% no custo.
Outras atividades foram realizadas nessa semana do Feirão do Imposto, como a palestra e debate realizados na Acil, na noite de quinta-feira, sobre o Sistema Tributário Brasileiro. O debate teve a participação do presidente do Sescap-Ldr, Jaime Cardozo, do delegado da Receita Federal em Londrina, David de Oliveira, e do diretor do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação, Othon Andrade Filho (que também é diretor do Sescap-Ldr). Também participaram a presidente do Conselho Deliberativo do Instituto de Direito Tributário de Londrina, Maria de Fátima Ribeiro, e o diretor da Acil Claudio Tedeschi.
Entre outros temas abordados, os empresários tiveram a oportunidade de esclarecer dúvidas sobre a forma de implementar a Lei de Transparência Tributária, que prevê a discriminação do custo dos produtos com impostos nas notas e cupons fiscais.
Hora de mudar
Cardozo lembra que mês após mês a Receita Federal vem batendo recordes de arrecadação, mas são cada vez menores os valores destinados a investimento em infraestrutura. “Aumenta substancialmente o número de carros e as rodovias continuam as mesmas. Aumentam os passageiros de aviões e os aeroportos pouco melhoram. Os governos federal, estaduais e municipais precisam, urgentemente, adequar suas despesas à nova realidade, de forma tal que essa economia possibilite investimento em infraestrutura”, defende.
Othon Andrade destacou durante o debate na Acil, que a carga tributária no Brasil é superior a 36%. “Ou seja, quase 40% dos que as pessoas recebem vão parar nas mãos do governo. Se até os especialistas em tributação divergem sobre o número de impostos no Brasil, imagine as pessoas comuns”, questiona.
Andrade destaca a importância “educativa” do Feirão do Imposto no sentido de conscientizar as pessoas. “Queremos que o cidadão tenha ciência de que ele paga muitos impostos e recebe pouco em troca. Temos uma carga tributária no mesmo patamar da Alemanha, mas nosso Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) é similar ao da Venezuela. A questão central não é o que pagamos, mas o que recebemos em troca. Queremos mudanças”, ressalta.
Fonte: Sindicato das Empresas de Consultoria, Assessoria, Perícias e de Serviços Contábeis de Londrina – Sescap-Ldr.